terça-feira, 10 de maio de 2011

      Alvarenga Peixoto




   Liras
                             (A Bárbara Heleodora, sua esposa, remetidas
                                           do cárcere da Ilha das Cobras)


Bárbara bela, Do norte estrela, Que o meu destino Sabes guiar, De ti ausente, Triste, somente As horas passo A suspirar. Por entre as penhas De incultas brenhas, Cansa-me a vista De te buscar; Porém não vejo Mais que o desejo Sem esperança De te encontrar. Eu bem queria A noite e o dia Sempre contigo Poder passar; Mas orgulhosa Sorte invejosa Desta fortuna Me quer privar. Tu, entre os braços, Ternos abraços Da filha amada Podes gozar; Priva-me a estrela De ti e dela, Busca dois modos De me matar!

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