quinta-feira, 13 de outubro de 2011

15 anos da partida de Renato Russo e suas composições ainda nos embalam docemente.

Pais E Filhos

Legião Urbana


Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender.
Dorme agora,
é só o vento lá fora.
Quero colo! Vou fugir de casa!
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três.
Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito.
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.
Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim.
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar.
Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais.
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.
Sou uma gota d'água,
sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem,
Mas você não entende seus pais.
Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

E os alunos poetas não param...

A poesia de hoje é de autoria do aluno Eduardo Ribeiro
do curso técnico em Administração.
Vamos conferir mais uma produção de um dos nossos alunos:

ALGUMAS RAZÕES

Das razões que ainda tenho
Dos dias que ainda lembro
Restam-me poucos
E desses poucos, só ficou uma gota
Nessa gota, uma esperança
De, um dia quem sabe,
Encontrar uma explicação para tudo
E finalmente aceitar
Que a vida sem você é uma
Noite sem luar
Posso jamais reencontrá-la
E passar a vida inteira me enganando
Fingindo estar vivendo feliz
Disfarçando a verdade
Mentindo pro meu próprio coração
Quando sei que nunca
Vou deixar de te AMAR.

Eduardo Ribeiro
(Aluno do curso técnico em Administração)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Indagações...


E se a vida fosse uma roda com movimentos constantes, invariáveis, repentinos. Como seria?
E se não houvesse nascer e pôr-do-sol? O céu não teria aqueles tons de amarelo, vermelho, rosa e roxo. Haveria esperança?
E se não houvesse morros com árvores? Eles seriam apenas montes que esconderiam o céu e não guardariam mistérios.
E se os olhos não falassem? Não haveria verdade oculta, comunicação sem ouvir, expressões...
E se não houvesse amor? Sua mãe, família, seus amigos e você não iriam te amar...
E se não precisássemos sofrer?
E se não houvesse problemas, preocupações, raiva, desigualdade, pobreza (tanto de estado quanto de espírito)?
E se não pudéssemos sorrir, falar, abraçar, sentir, olhar, valorizar, fazer?
E se parássemos de destruir, de ser egoístas, pessimistas, invejosos, mentirosos? Por que essas coisas estão virando qualidades humanas?
QUERO, QUERO, QUERO, não tem um dia que eu não pronuncie esta palavra.
Sim, sou humana, mas às vezes esqueço disso. Esqueço do que sou capaz de fazer, quem eu sou, o que é a vida e esqueço que ela é um bem precioso que muitos gostariam de ter.
Esqueço de valorizar a natureza, os sentimentos, as mudanças e as surpresas, e principalmente esqueço de valorizar o que tenho de bom e sou cega o bastante para ignorar.
Podemos dançar serm música? Podemos tocar e não sentir? Podemos apagar os erros e não deixar marcas?
PODEMOS VIVER SEM APRENDER?

Jade Garcia Rocha 
(Aluna do curso de Informática Integrado ao Ensino Médio - Manhã)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Para meus amigos do IFRS campus Osório

  • Na coleção de 1472 pessoas


  • Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
    Mas, enquanto houver amizade,
    Faremos as pazes de novo.

    Pode ser que um dia o tempo passe...
    Mas, se a amizade permanecer,
    Um de outro se há-de lembrar.

    Pode ser que um dia nos afastemos...
    Mas, se formos amigos de verdade,
    A amizade nos reaproximará.

    Pode ser que um dia não mais existamos...
    Mas, se ainda sobrar amizade,
    Nasceremos de novo, um para o outro.

    Pode ser que um dia tudo acabe...
    Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
    Cada vez de forma diferente.
    Sendo único e inesquecível cada momento
    Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

    Há duas formas para viver a sua vida:
    Uma é acreditar que não existe milagre.
    A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
    Beijos da JÔ

    segunda-feira, 13 de junho de 2011

    Aniversário de Fernando Pessoa

    Hoje é aniversário do poeta português Fernando Pessoa (1888-1935).

    AUTOPSICOGRAFIA
     
    O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.

    E os que lêem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.

    E assim nas calhas de roda
    Gira, a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama coração.
    Fernando Pessoa

    terça-feira, 31 de maio de 2011

    Poesia na sala de aula...

    O poema de hoje é mais uma contribuição da aluna Jade Garcia Rocha, do curso técnico em Informática integrado ao Ensino Médio. Foi escrito durante a aula de Filosofia, em um trabalho no qual a professora Andréia Meinerz solicitou que os alunos refletissem sobre a música "Saiba" de Arnaldo Antunes.
    Segue a estrofe, fonte inspiradora de Jade, e o poema criado por ela...


    "...Saiba: todo mundo teve pai
    Quem já foi e quem ainda vai
    Lao Tsé Moisés Ramsés Pelé
    Ghandi, Mike Tyson, Salomé..."


    (Arnaldo Antunes)
    E o poema de Jade:


    Pai


    Pai é ser presente
    É amar seu filho incondicionalmente
    É ter autoridade
    com muita seriedade
    É ser amigo
    e proteger dos perigos


    Seu abraço faz com que se sinta seguro
    E não estar mais em apuros
    Seus olhos não veem defeitos
    só o que é bom por direito
    Sua imagem é como um espelho,
    passada para seus filhos através de um conselho.


    Nem todo pai é sábio,
    mas não é preciso sabedoria para amar.
    Nem todo pai é rei,
    mas a sua casa ele sabe governar


    Um pai é um grande lutador
    que no seu ringue da vida vence com louvor
    Um pai não precisa ter o mesmo sangue
    Basta o filho ter orgulho de quem ele foi.


    Não precisa ser um super-herói
    ou uma pessoa importante
    Para ser pai só precisa ser humano!!!


    Jade Garcia Rocha
    (Aluna do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio)

    domingo, 22 de maio de 2011

    Para conhecer mais: Suely Braga

    Poesias de Suely Braga, autora da região do Litoral Norte.  


    ODE AO GRANDE MESTRE DAS LETRAS

    ( in memória)

    MOACYR,
    Partiste.
    Deixaste a saudade e a tristeza
    nos corações dos amigos.
    Ficamos órfãos
    de teus conhecimentos,
    de tua sabedoria,
    de tua simplicidade,
    de tua solidariedade,
    de tua humanidade
    e honradez.
    A todos cativaste,
    a todos àqueles que se aproximavam de ti.
    Mestre das letras,
    profundo conhecedor da História.
    Um autor arauto da ficção,
    reescreveste a Bíblia.
    conquistaste uma legião
    de leitores,admiradores
    apreciadores de teu fazer literário.
    Galgaste os píncaros da glória.
    Vestindo o fardão dos imortais,
    numa Instituição vetusta
    onde só fazem parte os abonados
    com exceção de Machado de Assis.
    Abriu as portas para um emigrante pobre.
    Deixaste um vácuo,
    um profundo vazio
    na Literatura Brasileira e Mundial.
    Andaste pelo mundo,
    proferindo palestras,conferências.
    Foste Patrono de muitas Feiras de Livros.
    Percorreste os corredores das Feiras,
    visitando as bancas dos livreiros,
    escolhendo os autores preferidos.
    Sempre colaboraste com os escritores
    iniciantes ,os jovens
    incentivando-os com tua fala mansa.
    Deixaste para nós o legado
    de tua profícua obra.
    Não morreste.
    Ficaste presente
    em tuas histórias,
    que se perpetuarão para sempre
    Não morreste´
    Só partiste para outra dimensão
    Foste e continuarás
    sendo o Imortal.

    (Osório, 28/02/2011)

    Clique aqui para ver outra poesia de Suley Braga.
     
    Conheça mais sobre a autora:
    Nascida em Santo Antônio da Patrulha, Suely Braga mudou-se ainda menina para Osório, onde reside até hoje. Professora de Literatura e Língua Portuguesa e orientadora educacional, Suely publicou dezenas de antologias e participou de várias oficinas literárias, inclusive com Moacyr Scliar e Charles Kiefer. É autora de Os últimos acordes do concerto:contos e crônicas (Editora Alcance, 2007).
    (Biografia da Academia dos Escritores do Litoral Norte - AELN)

    terça-feira, 10 de maio de 2011

          Alvarenga Peixoto




       Liras
                                 (A Bárbara Heleodora, sua esposa, remetidas
                                               do cárcere da Ilha das Cobras)


    Bárbara bela, Do norte estrela, Que o meu destino Sabes guiar, De ti ausente, Triste, somente As horas passo A suspirar. Por entre as penhas De incultas brenhas, Cansa-me a vista De te buscar; Porém não vejo Mais que o desejo Sem esperança De te encontrar. Eu bem queria A noite e o dia Sempre contigo Poder passar; Mas orgulhosa Sorte invejosa Desta fortuna Me quer privar. Tu, entre os braços, Ternos abraços Da filha amada Podes gozar; Priva-me a estrela De ti e dela, Busca dois modos De me matar!

    quarta-feira, 4 de maio de 2011

    Um café para nós

    Para Tina Hatem

    Quase inverno
    Aqui dentro
    Ainda é outono
    Entrei e saí da tempestade
    Desenhando força e emoção
    No fim da estrada
    Meus amigos estavam lá.

    Quase inverno
    Aqui fora
    Faz frio
    Minhas mãos alcançaram alguém
    Quantas horas?
    O avião pousou
    Vamos voltar para casa.

    Quase inverno
    Na minha terra não tem estação
    O café está pronto
    Ideias, ideias, ideias
    Vamos sentar e conversar
    Calma, penso
    A vida é poesia.

    Andreza Cunha

    quarta-feira, 27 de abril de 2011

    Teus olhos têm uma cor
    de uma expressão tão divina,
    tão misteriosa e triste.
    Como foi a minha sina!!!

    É uma expressão de saudade
    vagando num mar incerto.
    Parecem negros de longe...
    Parecem azuis de perto...

    Mas nem negros nem azuis
    são teus olhos meu amor...
    Seriam da cor da mágoa,
    se a mágoa tivesse cor.

                                                                                   Florbela Espanca

    quarta-feira, 20 de abril de 2011

    Romanceiro da Inconfidência

    Trecho final de "Romanceiro da Inconfidência", de Cecília Meireles (1953). Uma homenagem ao Dia de Tiradentes (21 de abril), um dos líderes da Inconfidência Mineira.

    FALA AOS INCONFIDENTES MORTOS

    TREVA da noite,
    lanosa capa
    nos ombros curvos
    dos altos montes
    aglomerados...
    Agora, tudo
    jaz em silêncio:
    amor, inveja,
    ódio, inocência,
    no imenso tempo
    se estão lavando...
    Grosso cascalho
    da humana vida...
    Negros orgulhos,
    ingênua audácia,
    e fingimentos
    e covardias
    (e covardias!)
    vão dando voltas
    no imenso tempo,
    - à água implacável
    do tempo imenso,
    rodando soltos,
    com sua rude
    miséria exposta...
    Parada noite,
    suspensa em bruma:
    não, não se avistam
    os fundos leitos...
    Mas, no horizonte
    do que é memória
    da eternidade,
    referve o embate
    de antigas horas,
    de antigos fatos,
    de homens antigos.
    E aqui ficamos
    todos contritos,
    a ouvir na névoa
    o desconforme,
    submerso curso
    dessa torrente
    do purgatório...
    Quais os que tombam,
    em crime exaustos,
    quais os que sobem,
    purificados?

    quinta-feira, 14 de abril de 2011

    Homenagem...

    Peço "licença poética" aos amigos da Cafeteira para postar um poema que fiz em homenagem a meu pai. Escrevi este poeminha  no dia de hoje, aniversário dele de 52 anos...Parabéns pai...


    Progenitor


    À imagem e semelhança tua me criastes.
    Contigo aprendi a acertar e errar.
    Errar muito.
    Aprender com os erros, ainda mais.


    Amor maior.
    Eterno.
    Puro.
    Apesar dos pesares que a vida nos traz.


    Que a vida te bendiga por tantas noites em claro,
    Tanta dedicação.
    Em troca de, às vezes,
    Tão pouco reconhecimento.


    Meu pai.
    Meu professor.
    Meu amigo.
    Meu amor.
    Desde sempre até sempre.


    Luana Lopes
    14/04/2011
    11:30

    segunda-feira, 11 de abril de 2011

    ANNABEL LEE 

    Foi há muitos e muitos anos já,
    Num reino de ao pé do mar.
    Como sabeis todos, vivia lá
    Aquela que eu soube amar;
    E vivia sem outro pensamento
    Que amar-me e eu a adorar.

    Eu era criança e ela era criança,
    Neste reino ao pé do mar;
    Mas o nosso amor era mais que amor --
    O meu e o dela a amar;
    Um amor que os anjos do céu vieram
    a ambos nós invejar.

    E foi esta a razão por que, há muitos anos,
    Neste reino ao pé do mar,
    Um vento saiu duma nuvem, gelando
    A linda que eu soube amar;
    E o seu parente fidalgo veio
    De longe a me a tirar,
    Para a fechar num sepulcro
    Neste reino ao pé do mar.

    E os anjos, menos felizes no céu,
    Ainda a nos invejar...
    Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
    Neste reino ao pé do mar)
    Que o vento saiu da nuvem de noite
    Gelando e matando a que eu soube amar.

    Mas o nosso amor era mais que o amor
    De muitos mais velhos a amar,
    De muitos de mais meditar,
    E nem os anjos do céu lá em cima,
    Nem demônios debaixo do mar
    Poderão separar a minha alma da alma
    Da linda que eu soube amar.

    Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
    Da linda que eu soube amar;
    E as estrelas nos ares só me lembram olhares
    Da linda que eu soube amar;
    E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
    Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
    No sepulcro ao pé do mar,
    Ao pé do murmúrio do mar.


     Edgar Allan Poe
    (Tradução de Fernando Pessoa)

    terça-feira, 5 de abril de 2011

    Poesia e Vida...

    O poema de hoje vem da inspiração (e porque não do desabafo) da nossa aluna Jade Garcia Rocha, do curso técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio - Manhã.
    Poesia é vida, vem do íntimo e traduz sentimentos. A morte também faz parte da vida, e embora não seja agradável, precisamos aprender a lidar com ela. Escrever é uma maneira de enfrentá-la...Foi assim que surgiu o poema que postamos agora:


    "Vem avassaladora, chega sem avisar"
    Te pega de jeito e deixa uma marca eterna.
    Te faz recordar e sentir saudade.
    Te faz sentir culpa, medo e raiva.
    Te deixa cheio de dúvidas.
    Te faz amar mais ainda.
    Faz seu mundo parar e te deixa esquecer de viver.
    É como uma noite fria e chuvosa, "relampiando" e sem estrelas.
    Traz destruição e tristeza.
    Te faz derrubar tantas lágrimas que chega a doer.
    Rouba o teu sorriso por um longo tempo.
    Te faz esquecer de um rosto e de um sorriso que te fazia sorrir.
    Te faz ver lágrimas serem derrubadas por pessoas que nunca derrubaram.
    Olhar para o nada e refletir durante o silêncio se torna normal.
    Te deixa inquieto, sem sono, com angústia.
    Neste momento o que você mais quer é ter o que perdeu
    E nunca vai querer encontrar
    A MORTE!


    Jade Garcia Rocha
    (Aluna do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ens. Médio - Manhã)

    quinta-feira, 31 de março de 2011

    Os Dois Horizontes

    Dois horizonte fecham nossa vida:
    Um horizonte, – a saudade
    Do que não há de voltar;
    Outro horizonte, – a esperança
    Dos tempos que hão de chegar;
    No presente, – sempre escuro, -
    Vive a alma ambiciosa
    Na ilusão voluptuosa
    Do passado e do futuro.
    Os doces brincos da infância
    Sob as asas maternais,
    O vôo das andorinhas,
    A onda viva e os rosais.
    O gozo do amor, sonhado
    Num olhar profundo e ardente,
    Tal é na hora presente
    O horizonte do passado.
    Ou ambição de grandeza
    Que no espírito calou,
    Desejo de amor sincero
    Que o coração não gozou;
    Ou um viver calmo e puro
    À alma convalescente,
    Tal é na hora presente
    O horizonte do futuro.
    No breve correr dos dias
    Sob o azul do céu, – tais são
    Limites no mar da vida:
    Saudade ou aspiração;
    Ao nosso espírito ardente,
    Na avidez do bem sonhado,
    Nunca o presente é passado,
    Nunca o futuro é presente.
    Que cismas, homem? – Perdido
    No mar das recordações,
    Escuto um eco sentido
    Das passadas ilusões.
    Que buscas, homem? – Procuro,
    Através da imensidade,
    Ler a doce realidade
    Das ilusões do futuro.
    Dois horizontes fecham nossa vida.

    Machado de Assis

    sábado, 26 de março de 2011

    Sábado também é dia de poesia...

    A Cafeteira Poética de hoje traz o primeiro resultado de sua parceria com o Projeto "O tempo nosso de cada dia". O post traz a poesia do aluno do curso técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio - Manhã, Thainan Andrades. O aluno Thainan refletiu sobre o tempo, seus desejos e sonhos e um dos resultados de sua reflexão é esta linda poesia que podemos acompanhar abaixo:


    Desejos de um sábado de manhã


    Em um sábado de manhã
    me chamaram para ir à escola,
    foi pedido para levar tesoura,
    um envelope e uma cola.


    Fiquei pensando o dia inteiro
    no que eu iria fazer,
    logo soube que era uma cápsula do tempo
    e nela iríamos escrever
    nossos sonhos, desejos
    e daqui a quatro anos iríamos ler.


    Um dos meus desejos
    é que protejam nossos animais,
    não batendo, xingando ou maltratando
    mas sim, cuidando e brincando com eles nos quintais.


    Outro desejo meu
    é que o mundo viva em harmonia,
    sem lutas, tiroteios, violências
    e sem guerras na Líbia
    porque sem isso o mundo terá muito mais alegria.


    Último desejo que tenho
    é que o mundo tenha cor,
    cheio de felicidade, paz
    e com muito, mas muito amor.


    Além disso, espero
    que a política faça parte do nosso cotidiano,
    e que a Copa do Mundo no Brasil
    seja melhor que a do continente africano.


    Com felicidade e paz,
    passa dia, mês e ano!


    Thainan Andrades
    (Aluno do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ens. Médio - Manhã)


    sexta-feira, 25 de março de 2011

    O tempo e a Cafeteira...

    A atividade "Cápsula do Tempo" faz parte do projeto "O Tempo Nosso de Cada Dia" que tem como propósito refletir e analisar a questão do tempo nas diferentes áreas do conhecimento. A poesia expressa, imprime, dispara, captura o tempo nosso de cada dia
    Esse tempo repleto de café, filosofia e poesia é um tempo também da Cafeteira Poética. Para contribuir com este evento-acontecimento, divulgamos o livro "Flagrantes do Tempo - poema-reportagem na Pauliceia" de Luciana Tonelli  com uma intervenção poética.

    A Soma dos Dias


    Entre tijolos sobre o mármore sob o vidro
    encontrei o tecido
    dos dias

    alguns sabem dessa cápsula de tempo
    monumento do impalpável no cronocentro
    da cidade veloz

    e frequentam suas luzes, sombras, andamentos
    pegam a matéria das horas
    buscam seu quinhão de pausa

    tem tudo em seu calendário
    suavidades, incandescências
    tumultos e calmarias

    a música estilhaça o relógio
    multiplica o breve minuto
    da experiência


    (Luciana Tonelli)

    quarta-feira, 23 de março de 2011

    Para refletir...


    Pequenos poemas também geram grandes reflexões...

    POEMINHA DO CONTRA

    Todos estes que aí estão
    Atravancando o meu caminho,
    Eles passarão.
    Eu passarinho!

    (Mario Quintana)

    sexta-feira, 18 de março de 2011

    Testamento

    ... "Criou-me desde menino
    Para arquiteto meu pai,
    Foi-se-me um dia a saúde...
    Fiz-se arquiteto? Não pude!
    Sou poeta menor, perdoai!"
                                                                                              
                                                                                        
           Manuel Bandeira
       (29 de janeiro de 1943)

    quinta-feira, 17 de março de 2011

    Poema de Amizade

    "Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
     

    quarta-feira, 16 de março de 2011

    Ismália


    Quando Ismália enlouqueceu,
    Pôs-se na torre a sonhar...
    Viu uma lua no céu,
    Viu outra lua no mar.

    No sonho em que se perdeu,
    Banhou-se toda em luar...
    Queria subir ao céu,
    Queria descer ao mar...

    E, no desvario seu,
    Na torre pôs-se a cantar...
    Estava perto do céu,
    Estava longe do mar...

    E como um anjo pendeu
    As asas para voar...
    Queria a lua do céu,
    Queria a lua do mar...

    As asas que Deus lhe deu
    Ruflaram de par em par...
    Sua alma subiu ao céu,
    Seu corpo desceu ao mar...


    Alphonsus de Guimaraens

    segunda-feira, 14 de março de 2011

    Matemática na poesia

    Esta poesia é do novo livro infanto-juvenil de Carlos Urbim, chamado Dever de Casa, com poemas sobre o universo escolar. É da editora Projeto e tem ilustrações de Eduardo Vieira da Cunha.


     
    Passatempo Matemático

    A mãe prepara ágil
    um prato com sete bifes
    na parte da frente
    o rádio tem três botões
    o fogão, seis
    há quatro panelas no fogo
    três garfos, três colheres secando
    dois facões pendurados na parede
    três xícaras, dois bules no aparador
    duas saladas sobre a mesa
    mais a garrafa e dois copos
    uma peteca no chão
    um tambor com duas baquetas
    uma bola na mão
    uma perna sã
    outra quebrada
    não há mais o que contar
    enquanto o almoço é feito
    então o único jeito
    de passar o tempo
    é ouvir música
    sem sair do lugar
    até o pé sarar.

    sexta-feira, 11 de março de 2011

    Bilhete

    Se tu me amas, ama-me baixinho 
    Não o grites de cima dos telhados
    Deixa em paz os passarinhos
    Deixa em paz a mim!
    Se me queres,
    enfim,
    tem de ser bem devagarinho, Amada,
    que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...



     Mário Quintana

    quinta-feira, 10 de março de 2011

    "Mulher é desdobrável. Eu sou"

    Com licença poética

    Quando nasci um anjo esbelto,
    desses que tocam trombeta, anunciou:
    vai carregar bandeira.
    Cargo muito pesado pra mulher,
    esta espécie ainda envergonhada.
    Aceito os subterfúgios que me cabem,
    sem precisar mentir.
    Não sou tão feia que não possa casar,
    acho o Rio de Janeiro uma beleza e
    ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
    Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
    Inauguro linhagens, fundo reinos
    - dor não é amargura.
    Minha tristeza não tem pedigree,
    já a minha vontade de alegria,
    sua raiz vai ao meu mil avô.
    Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
    Mulher é desdobrável. Eu sou.

    (Adélia Prado)

    quinta-feira, 3 de março de 2011

    Fernando Pessoa

    Gostaria de compartilhar com vocês este texto de Fernando Pessoa.
    Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.






    terça-feira, 1 de março de 2011

    Saudades da infância...

    Acredito que todos devem ter uma poesia que relembre a infância. Aqui vai uma de autoria desconhecida que muito declamei e interpretei para meus avós, mãe, pai e toda a família lá pelos meus cinco anos de idade...

    Meu Casamento

    Um dia papai me disse
    Com toda sinceridade
    Minha filha não te casa
    Goza bem tua mocidade

    Mas eu que já tinha dado
    Meu pobre coração
    Disse ao meu papaizinho:
    - Isto não pode ser, não!

    Meu pai ficou tão bravo
    Que de branco ficou amarelo
    Me correu para a cozinha
    Com uma vara de marmelo

    Três dias não almocei
    Quatro dias não jantei
    Mas ao final do quinto dia
    Meus senhores, me casei!!!


    (Autor desconhecido)


    Postado por: Luana Lopes

    Teus Olhos

    Enquanto os teus olhos
    nas ondas do mar
    viram poesia
    A lua cheia
    Recheia em demasia
    O meu coração
    Com o teu olhar.


    Professor: Roberto Saouaya

    segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

    Mensagem afetuosa do Professor Leandro Raizer para o escritor Moacyr Scliar

    Moacyr Scliar: Homenagem a um humanista
    Não caberia acrescentar nada a descrição realizada pelo professor Assis Brasil ao descrever Scliar como “absolutamente insubstituível:. No entanto, cabe sim registrar o médico humanista, preocupado com os valores sociais e profissionais num mundo dominado pela técnica e racionalidade extrema. No período que tive a honra de trabalhar com ele na antiga Fundação de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA), mostrou-se  sempre preocupado com a formação integral do ser humano, com a ética e com o humanismo. Sem dúvida, Scliar era um humanista.
    Prof. Leandro Raizer - IFRS - Campus Osório - 28 de fevereiro de 2011.

    Homenagem: Moacyr Scliar

    "Acredito, sim, em inspiração, não como uma coisa que vem de fora, que "baixa" no escritor, mas simplesmente como o resultado de uma peculiar introspecção que permite ao escritor acessar histórias que já se encontram em embrião no seu próprio inconsciente e que costumam aparecer sob outras formas — o sonho, por exemplo. Mas só inspiração não é suficiente".

    Na madrugada de sábado para domingo, 27 de fevereiro de 2011, Moacyr Scliar resolveu escrever outras histórias. Alçou voos mais longos a caminho do infinito. A equipe da Cafeteira Poética presta uma singela homenagem a quem contribuiu tanto para literatura gaúcha.

    terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

    Neste dia chuvoso...

    A chuva chove

    A chuva chove mansamente ... como um sono
    Que tranqüilize, pacifique, resserene ...
    A chuva chove mansamente ... Que abandono!
    A chuva é a música de um poema de Verlaine ...

    E vem-me o sonho de uma véspera solene,
    Em certo paço, já sem data e já sem dono ...
    Véspera triste como a noite, que envenene
    A alma, evocando coisas líricas de outono ...

    ... Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
    Com muita névoa pelos ombros da montanha ...
    Paço de imensos corredores espectrais,

    Onde murmurem velhos órgãos árias mortas,
    Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
    Revira in-fólios, cancioneiros e missais ...

    (Cecília Meireles)

    segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

    O grilo de Mario Quintana

    Esta é uma sugestão do professor Nilo Barcelos Alves.

    POEMA

    O grilo procura
    No escuro
    O mais puro diamante perdido.
    O grilo
    Com as suas frágeis britadeiras de vidro
    Perfura
    As implacáveis solidões noturnas.
    E se isso que tanto buscas só existe
    em tua límpida loucura
    – que importa? –
    Exatamente isto
    É o teu diamante mais puro!

    (Mario Quintana)

    segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

    Feliz Ano Novo

    2011 já começou, mas ainda dá tempo de desejar a todos um Feliz Ano Novo, com este belo poema de Carlos Drummond de Andrade.

    Receita de ano novo


    Para você ganhar belíssimo Ano Novo
    cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
    Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
    (mal vivido talvez ou sem sentido)
    para você ganhar um ano
    não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
    mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
    novo
    até no coração das coisas menos percebidas
    (a começar pelo seu interior)
    novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
    mas com ele se come, se passeia,
    se ama, se compreende, se trabalha,
    você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
    não precisa expedir nem receber mensagens
    (planta recebe mensagens?
    passa telegramas?)


    Não precisa
    fazer lista de boas intenções
    para arquivá-las na gaveta.
    Não precisa chorar arrependido
    pelas besteiras consumidas
    nem parvamente acreditar
    que por decreto de esperança
    a partir de janeiro as coisas mudem
    e seja tudo claridade, recompensa,
    justiça entre os homens e as nações,
    liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
    direitos respeitados, começando
    pelo direito augusto de viver.


    Para ganhar um Ano Novo
    que mereça este nome,
    você, meu caro, tem de merecê-lo,
    tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
    mas tente, experimente, consciente.
    É dentro de você que o Ano Novo
    cochila e espera desde sempre.